O caso reflete a judicialização crescente na política brasileira. Questões antes pacíficas, como o critério de desempate por idade, previsto na Constituição, agora são debatidas judicialmente, mesmo com sua longa tradição.
Essa situação expõe a contradição no discurso político. Apesar das críticas à suposta interferência do Judiciário, são os próprios políticos que recorrem à Justiça quando enfrentam derrotas, transferindo ao STF decisões que deveriam ser resolvidas no campo legislativo.
Na ação, o Solidariedade pede que a ministra Cármen Lúcia intervenha em um tema estritamente parlamentar. A solicitação inclui reinterpretar o regimento interno da Assembleia Legislativa, ignorando a regra que dá a vitória ao candidato mais velho em caso de empate.
Mais uma vez, o Judiciário é pressionado a intervir. No entanto, são os políticos, incapazes de aceitar reveses, que levam disputas internas ao Supremo, contrariando o discurso de autonomia legislativa.